quinta-feira, 15 de julho de 2010

Sinta seu corpo vazio em Palavras de Osho

Suponha que sua forma passiva seja um quarto vazio com paredes de pele...mas dentro, tudo está vazio.

Essa é uma das mais belas técnicas. Basta sentar-se numa postura meditativa, relaxado, sozinho, sua coluna ereta e o corpo todo relaxado – como se todo o corpo estivesse pendurado pela coluna.

Então feche seus olhos.

Por alguns momentos continue sentindo-se relaxado, mais relaxado, tornando-se cada vez mais calmo. Faça isso por alguns momentos, só pra ficar em sintonia.

E então subitamente, comece a sentir seu corpo como paredes de pele e não há nada dentro, não há ninguém dentro, a casa está vazia.

Às vezes você irá sentir pensamentos passando, nuvens de pensamentos movendo-se, mas não pense que eles lhe pertencem. Você não é. Apenas pense que eles estão vagando num céu vazio – eles não pertencem a ninguém, eles não têm quaisquer raízes.

Esse é realmente o caso: pensamentos são apenas como nuvens movendo-se no céu. Eles não possuem nenhuma raiz e eles não pertencem ao céu, eles simplesmente vagam pelo céu. Eles vêm e vão e o céu permanece intocado, não influenciado.

Sinta que seu corpo é apenas paredes de pele sem ninguém dentro. Pensamentos ainda continuarão – por causa do velho hábito, velho momentum, da velha cooperação, pensamentos continuarão vindo. Mas apenas pense que eles são nuvens sem raízes movendo-se no espaço – eles não lhe pertencem, eles não pertencem a ninguém. Não há ninguém a quem eles possam pertencer – você está vazio.

Isso será difícil. Mas só por causa dos velhos hábitos, nada mais. Sua mente gostaria de agarrar algum pensamento. Ficar identificada com ele, mover-se com ele, de desfrutá-lo, saciar-se nele. Resista! Apenas diga que não há ninguém para satisfazer, não há ninguém para lutar, não há ninguém para fazer coisa alguma com esse pensamento.

Dentro de poucos dias, de poucas semanas, pensamentos diminuirão, eles serão cada vez menos. As nuvens começarão a desaparecer, ou, mesmo que eles venham, haverá grandes intervalos de um céu sem nuvens quando não há nenhum pensamento.

Um pensamento irá passar. Então outro não vai vir por um período. Depois outro virá e então haverá outro intervalo. Nesses intervalos você irá saber pela primeira vez o que é a vacuidade. E o próprio vislumbre disso lhe preencherá com uma bem-aventurança tão profunda que você não pode imaginar.


Osho, em "The Book of Secrets"

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