quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Perfeccionismo em Palavras de Osho

Perfeccionismo

Em dada ocasião, ouvi uma bela história. Havia um excelente escultor, pintor, grande artista. Sua arte era tão perfeita que quando ele fazia a estátua de uma pessoa era difícil dizer quem era a pessoa e quem era a estátua. Ela ficava muito verossímil, muito natural, muito parecida com um ser humano.

Certo dia, um astrólogo disse a ele que sua morte estava próxima, que ele iria morrer logo. Logicamente, ele ficou muito amedrontado e assustado, e, assim como todo homem faz o que pode para evitar a morte, ele também o fez.

Assim, ele pensou a respeito, meditou, e achou uma solução. Ele fez estátuas de si mesmo, onze ao todo, e, quando a Morte bateu à sua porta, quando o Anjo da Morte entrou, ele se escondeu atrás de suas onze estátuas. E prendeu a respiração.

O Anjo da Morte ficou confuso, não podia acreditar no que seus olhos estavam vendo. Isso nunca tinha acontecido — era algo tão incomum! Jamais se soubera que Deus havia criado duas pessoas idênticas; suas criações são sempre únicas.

A Deus jamais apeteceu a rotina. Ele não é como uma linha de montagem. Ele é absolutamente contra esse negócio de cópias. Ele faz apenas obras originais. Que aconteceu? Doze pessoas ao todo, absolutamente idênticas? Agora, a quem levar embora? Somente uma tem que ser levada...

O Anjo da Morte não conseguiu decidir-se. Confuso, preocupado, nervoso, ele voltou para o lugar de onde viera. E perguntou a Deus: — O que o Senhor fez? Encontrei lá doze pessoas exatamente iguais, e estou incumbido de trazer apenas uma. Como eu poderia escolhê-la?

Deus riu. Ele solicitou que o Anjo da Morte se aproximasse dele e segredou-lhe a solução no ouvido, a chave para distinguir o real do irreal. Ele deu a ela um código secreto e lhe disse: — Agora vá e o pronuncie naquele quarto em que o artista se mantém escondido entre suas próprias estátuas.

Então, o Anjo da Morte perguntou: — Como isso funcionará?
Deus lhe respondeu: — Não se preocupe. Vá lá e tente.

O Anjo da Morte partiu, ainda sem acreditar que o expediente funcionaria, mas, quando Deus afirma, cumpre o que diz. Ele entrou no quarto, olhou em volta e, sem se dirigir a alguém em especial, disse:

— Senhor, tudo está perfeito, exceto uma coisa. Há um erro aqui.

O homem se esqueceu completamente de seu esconderijo. E saltou de onde estava, dizendo: — Onde?

A Morte riu. E disse: — Peguei você! Esse é o seu único erro; você não consegue esquecer-se de si mesmo. Venha, siga-me.


Osho, em "Criatividade — Liberando Sua Força Interior"
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